segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Silencio

O Silencio


O silencio exprime grandes sentimentos: De dor, alegria e amor
O silencio dos grandes místicos, dos grandes santos, dos grandes amantes
Silencio e reciprocidade do corpo e da alma
Silencio saudável no desenvolvimento da espiritualidade 
Sem a dualidade do corpo e da alma

Silencio sagrado!
Rito de sabedoria universal
Entre o mundo material e a vida celestial
Experiência fundamental do encontro pessoal com o divino silencio de Deus
Clareando a consciência da vida presente em nós
 Que germina e cresce em profundo silencio

O silencio pode ser também combate espiritual
Para acalmar as tempestades da mente
E, genuinamente, traduzir os sentimentos e ensinamentos que ás vezes 
 a mente  não entende
Entrar no silencio requer tempo suficiente para sintonizar o corpo, a alma e a mente
O silencio não é separação, nem ruptura e nem fuga
O silencio é harmonização do ser
É caminho e oração
O silencio não pode ser negociado
A agua, o fogo, palavra, som...
Tudo isto se encontra explorado
Apenas o silencio não é comercializado

 O silencio é dom total
É um fundo musical suave e envolvente
Que une o céu e a mente ao som do silencio
E se revela mistério – kénosis de amor
Tudo é autentico na mística da consciência
Integrado ao discernimento difere o superficial do essencial
Tudo fica preenchido de calma, alma e paz

Levá-lo-ei ao meu silencio e aí lhe falarei ao coração (Oséias 2,16)
Infinito silencio!
Luz e consciência na essência da divina presença
Deus se revela suavemente como o murmúrio de uma leve brisa (1Rs, 19)
O  silencio torna-se oração que une corações:
O coração do orante e o coração de Deus
Em diálogo e ternura
Beleza e simplicidade entre o criador e a criatura
No aconchego e  intimidade do “eu” original 













A razão se cala
Em reverencia a divina presença do ser em Deus
O conhecimento de si e o conhecimento de Deus não se opõem
Assim como expressa Santa Teresa de Ávila: “Eu te busco em mim, eu te busco em Ti 
Porque és o meu aposento,
És minha casa e morada
E assim chamo em qualquer tempo,
Se acho no meu pensamento
Estar a porta fechada...

O amor de Deus é surpreendente
Escuta e fala no silencio da gente
O silencio é a forma com que Deus vem ao nosso encontro
O silencio é busca, respostas e encontros
Silêncios que se fundem
Tão sereno e tão profundo

O silencio não é solidão
É mística e contemplação na plenitude da solidão
É atravessar o deserto existencial e entrar no manancial da interioridade
Mergulhar no oásis da presença sagrada e aí descansar a alma
Junto ao manancial cantar hinos de louvor ao criador em harmonia com a criação,
E a multidão dos pobres em busca de pão
Pão do corpo, pão da justiça, pão da cura, pão da ternura, pão da calma, pão da alma...
No silencio há ausência e presença
 Se contempla dois momentos fortes a vida e a morte

Existe o silencio da negação
 O silencio dos indiferentes
O silencio como proteção de certas imposições
O silencio da morte
O silencio da ausência
O silencio das madrugadas
Ninguém pode fugir da voz da consciência latente na casa da sua mente
O silencio nunca é um vazio interior, vai além das aparências dos sentimentos 
É autoconhecimento que movimenta o sentido da nossa  existência

 O amor de Jesus Cristo passou pela solidão da paixão e o silencio do céu
A solidão de Cristo nas longas caminhadas da Palestina
A solidão no deserto de quarenta dias e ainda foi tentado pelo diabo
Cristo passou pelo cansaço, a sede e a fome...
E disse: não só de pão vive o homem (Mt 15, 34)
A solidão da cruz tão sombria e tão fecunda 

A noite anterior a sua morte no jardim do Getsemani, Cristo ficou triste e abatido
Prostrou-se com o rosto no chão no jardim da oração
Em que seu coração intuía o abandono e a traição daqueles que te seguiam  
No Getsemani da vida, ressoa seu forte grito
Um Som, um vazio, um clamor querendo ser ouvido
Meu Pai se for possível, afasta de mim este cálice (Mt 26,39)
Da terra ao infinito estremeceu esse grito
Preludio de dor de um coração que transbordava de amor
Um silencio contido no âmago ferido por ser entregue nas mãos dos inimigos
No jardim da decisão, levaram o Filho Amado à prisão, aos acoites, a cruz e a morte
Noite triste e sombria o Cristo foi insultado, atormentado e ferido por tiranos soldados
Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? (Salmo 21)
Um clamor humano, dilacerante em seus lábios agonizantes









Quem ama de verdade, ama em profundidade

O silencio é feito de buscas, de cruzes, de dores e alegrias

De comunicação e revelação

De crucifixão e de ressurreição

Libertação e salvação






 





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