Terra, Água e Ar
Viajar é realmente uma das oportunidades mais incríveis que experimentamos.
Relato aqui uma dessas minhas experiências de viagens de férias, saindo da cidade de Tefé no Amazonas para minha terra natal, Ibotirama no Oeste da Bahia.
Iniciei a viagem saindo do Porto de Tefé, navegando pelo lago com o mesmo nome da cidade ( Lago de Tefé). Alguns minutos depois, a gente entra nas águas do majestoso Rio Solimões. O Barco Recreio (navio) sempre parte no final da tarde. Horário em que nos possibilita apreciar um magnífico pôr do sol com seus raios dourados ou alaranjados espelhados nas águas do lago, abrindo caminhos para a lua brilhar na escuridão da noite.
São cerca de 36 horas no barco até chegar em Manaus. Esse tempo já conta com duas paradas nas maiores cidades do caminho, Coari e Codajás.
Uma das experiências mais incrível que se pode ter na Amazonas é navegar pelos rios e poder contemplar as belezas que vamos encontrando nos caminhos de águas. Barcos que vão, outros que vem... barcos grandes, pequenos, canoa a motor, conoa a remo.
É muita vida sobre as águas. São 36 horas dormindo em rede e embalados às vezes pelo vento ou pelos banzeiros.
Geralmente os barcos possuem de dois a quatro andares que comportam de 250 a 1000 pessoas. Isto, conforme o tamanho do barco.
Você pode viajar nas redes como também pode pagar um pouco mais caro e ter uma suíte com cama, ar condicionado, frigobar e banheiro.
Eu prefiro mesmo é sempre viajar deitada na rede.
Essa viagem não é apenas um trajeto. É uma experiência que realmente engrandece a nossa alma e nos faz perceber que a vida sobre as águas no Amazonas é muito movimentada e fluida do que nas estradas de asfalto.
São vidas que se tece.
É muita vida sobre as águas. São 36 horas dormindo em rede e embalados às vezes pelo vento ou pelos banzeiros.
Geralmente os barcos possuem de dois a quatro andares que comportam de 250 a 1000 pessoas. Isto, conforme o tamanho do barco.
Você pode viajar nas redes como também pode pagar um pouco mais caro e ter uma suíte com cama, ar condicionado, frigobar e banheiro.
Eu prefiro mesmo é sempre viajar deitada na rede.
Essa viagem não é apenas um trajeto. É uma experiência que realmente engrandece a nossa alma e nos faz perceber que a vida sobre as águas no Amazonas é muito movimentada e fluida do que nas estradas de asfalto.
São vidas que se tece.
Viajar não é simplesmente ir. É aprender e ver outras coisas ou situações que contribuem para o nosso crescimento pessoal e experiência de vida.
É abri-se a novidade daquilo que é diferente dos meus costumes, ampliar horizontes.
Nas estradas de águas a gente vivência muitas coisas. Quando o tempo é favorável, tem as belezas naturais nas suas variadas manifestações, como o pôr e o nascer do sol é lindíssimo; o verde das matas, casas flutuantes, comunidades ribeirinhas, pescadores em seus barcos ou canoa, crianças banhando à beira do rio... dentro do barco se tece muitas conversas, convívio fraterno e novas amizades.
Às vezes, podemos atravessar alguns temporais com ventos, chuvas e banzeiros (agitação do rio em formas de ondas).
Tudo é fascinante.
Cada um com uma história para contar.
Vida que
pulsa, vida que não é um caminho pronto, vida ausente, vida presente, vida
humana, vida da natureza, vida do criador, vida de cores, de lugares, vida divina, vida...
São poucos
os trechos que não se vê a presença pessoas ribeirinhas.
Depois de uma boa contemplação, é bom voltar para a minha rede ouvir uma música agradável, tirar um bom
cochilo.
Tenho o pôr do
sol como uma experiência de vida...
Ajuda-me a
cultivar a espiritualidade do vazio,
o silencio da eternidade e a
entender que a vida é uma passagem.
A
noite quando são apagadas as luzes do barco,
É
lindo demais contemplar no céu,
A
luz da lua e das estrelas na parte de cima do barco.
Viajar de
barco é a forma mais popular que se tem aqui nesta região amazônica. E, é também a mais demorada.
Existem outras opções como: Lancha Express /
Ajato ou avião.
A lancha Express ou Ajato (embarcação semelhante
a um ônibus fluvial que faz o mesmo percurso para Manaus em aproximadamente
12h, com velocidade média de 50 km por hora.
No avião a
duração é de 60 minutos.
A lancha Express ou Ajato embarcação
semelhante a um ônibus fluvial
semelhante a um ônibus fluvial
Nossa alma é como um pastor que conhece o
vento, o sol e a chuva.
Nas estações da
vida, aprendemos a sentir e a olhar.
Estradas do Sertão Baiano
Estradas do Sertão Baiano
Existe em mim,
uma outra forma de viajar que me fascina, as estradas do meu sertão baiano.
Dizem que o
que está no coração, está também no nosso corpo, nosso olhar, nossa mente e nossa
alma.
As lembranças, tem esse poder de reacender dentro
de nós as recordações enraizadas no fundo do coração, nos integrando de novo
com nossa história, nossas vivencias, nossas raízes. Por isso, de vez em quando,
faz bem voltar as nossas origens. Elas nos ajudam viver melhor nossa história e
firmar nossa identidade de onde viemos, quem somos e como somos.
Viajar de ônibus é para mim a forma mais tranquila que
me permite relaxar a mente e me entregar a aventura do caminho. Aproveitar o
tempo como uma oportunidade de maior interiorização sobre a vida, interagindo
com meus pensamentos e sentimentos que me inspiram a escrever sobre as coisas,
pessoas e sobre eu mesma. Nas estradas de chão, eu tenho a sensação de um pouco
mais de “segurança” do que viajar de avião e nas águas.
No ônibus sempre que possível, prefiro a poltrona
da janela porque gosto muito de observar o movimento da estrada, as paisagens,
fotografar e também é melhor para dormir. Algumas vezes, precisamos contar com
a sorte de ter uma pessoa agradável do seu lado. Porque as vezes pode ser um
incomodo. Pior ainda quando você tem uma pessoa gorda demais que ocupa a
poltrona dele e a metade da sua e ronca tão alto que chega a doer o cérebro. Outras sem noção que começam a ouvir músicas com
o volume tão alto, parecendo que estão no quarto da sua casa.
Viajando de Brasília a Ibotirama ou vice-versa, no período
do dia, eu olho e vejo muitas coisas.... aqui e ali uma velha casa, pessoas com
marcas da resistência no rosto e no corpo, a noite pequenas faíscas de luzes
que se destacam na escuridão – é ai que me reporto ao aconchego familiar. É saudade
da família, da infância, da velha casa, das pessoas que amamos, uma mistura
nostálgica e muitas imagens na memória.
A distância entre Brasília e Ibotirama é de 808k e
o tempo estimado do percurso da viagem é de aproximadamente 12 horas, com tempo
de parada do ônibus para alimentação dos passageiros e ir ao banheiro.
A região Amazônica a natureza é bem diferente, uma região
quente com muita chuva, rios, lagos, florestas... já no sertão baiano prevalece
o clima seco, pouquíssimas chuvas, longos períodos de secas, árvores de pequeno
porte e o rio mais importante é o São Francisco. Um rio com seu ritmo, seus contos,
cantos, encantos, magia e ternura. O sertão tem um céu profundamente azul, um
sol intenso, uma natureza em tons marrom e o verde pálido das arvores
resistindo o período da seca. É uma natureza mística, que qualquer chuvisco já se
refaz rapidamente; o tom marrom logo se reveste em cores viva do verde da mata.
Tudo nos remete ao mistério da existência.
O TEMPO..
Além de ser o mestre de tudo que existe, ele o tempo lhe
mostra quem realmente é você, seus desejos, sonhos, lembranças, saudade,
pensamentos e sentimentos enraizado no fundo do seu coração...
Sempre
tive um certo medo; por isso cada viaje é um desafio. Turbulência, então, nem
se fala. Às vezes fico tão tensa que faço de tudo para não
precisar ir ao banheiro, aquela sensação que se as pessoas ficam para lá e cá vão
desestabilizar o avião.
Mas com minhas idas e vindas confesso que já melhorei
muito. Me treino para não viver sob o comando do meu medo.
É
uma mistura entre o medo e a adrenalina. Exemplo, quando escutamos aquela voz
vindo da cabine da aeronave “tripulação, preparar para a decolagem” e em
seguida aquela velocidade intensa para o avião levantar voo. Aquelas tremidas
das turbulências durante a viagem. O procedimento de descida e pôr fim a
alegria e o alivio ao pisar no seu local de destino. Amenizo a minha ansiedade nos percursos dos voos, ouvindo música, fazendo
filmagens das paisagens em alguns momentos, fotografias, caça palavras,
palavras cruzadas.
Já aproveitei também para fazer alguns momentos de reflexão, interiorização e oração. Esses foram uma experiência linda, lá nas alturas, pensando em Deus, na vida e contemplando o avião rompendo as nuvens e alcançando o céu azul. É interessante olhar o mundo e a vida lá de cima.